Sempre pensei que "amar fosse se reconhecer em outros corpos".
Não reconhecer semelhanças físicas, gostos parecidos, personalidades similares.
É algo que transpõe. É de uma sutilidade apenas explicável a quem já a sentiu. O reconhecimento todo se revela naquele brilho inexplicável contido no olhar do ser amado. É hipnotizante. E a única reação possível é sorrir com os olhos, sorrir para aquele par de olhos que também te sorri, e deixar que te levem para aonde quer que seja.
Porque amar, com certeza, é o mais intransitivo dos verbos.
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