sábado, 29 de setembro de 2007

Páginas: a ruptura


Perspectivismo.

Os óculos do ele na página do ele.

Tentar.

Visão distorcida: que estranho.

Estranhamento.

Não estranhar: mudar o foco.

Ao revés.

Dias de Summertime

Ouvir Summertime, na versão do Morcheeba.







Pura instigação dos sentidos. Desde a melodia até a voz de Skye. Parece que o calor é tanto que tudo fica mais lento, mas arrastado, saboroso e doce como fruta.

Alguns dias, mesmo com toda a sobrecarga do cotidiano, parecem um Summertime. Tudo se move em câmera lenta, mas não é lento. Tem seu ritmo e seu enlace. O corpo todo envolvido. E é por dentro. Summertime é lento, mas não chega ao relaxante. É tão próprio quanto a celebre frase "no compasso da desilusão". E cada sintonia. E como pode ser próprio dentro de mim algo que do meu eu não nasceu? O que é próprio? Existe próprio?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Décimo nono

No meu décimo nono ano tive uma surpresa. O sentir independente. Se é bom? Bom, façamos jus ao título: sim e não. Para mim é dilacerante, dor , sangra por dentro, é angústia. Muita. E quem é que gosta disso? Mas dizem que é bom.


Contradições à parte, a sensação de confusão é plena. Não são apenas as idéias fora do lugar: são os sentimentos sem começo, meio e fim. Desatinados.





E é cada vez pior. A minha cela eterna é a cinza e linda São Paulo aos exatos 11 graus celsius, caminhando sozinho. É lindo em sua melancolia. mas é também desconcentrante.

"É melhor morrer do que perder a vida". Não tem cor, não tem som. Nào tem cheiro, nào tem gosto. Quando ousa exalar, é a podridão que emerge, sedenta.

Só um por cela. Mas eu e minhas tormentas já lotamos a minha.

Bergman para as perguntas

Bergman devia se fazer perguntas parecidas com as minhas. Talvez ele tenha encontrado

algumas respostas que lhe satisfizeram. Talvez.








Foi um dia em boa companhia: Gorender, Marx e Engels e agora Bergman.







Trecho de Wild Strawberries de Ingmar Bergman: http://www.youtube.com/watch?v=3O01zxTTrQY&mode=related&search=

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Folk Tale ou Música

Música é deleite, para alma, para o corpo, para sentir, para o expressar.

Músicas são achados. São grãos nossos que encontramos por aí, esfarelados, expressando-nos.





The Night do Morphine é assim. Para um, para dois, para três para muitos um ou dois espaçados em um conglomerado. É melancolia com um abraço e com pulsação.

Inspira.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

While...



So much to say without making a single sound.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

L. e as névoas de uma principiante formação de um tentaculismo em construção

L. desde sempre sofria o tentaculismo de m.

Era como se a dilaceração fosse constante. E a cura fosse a mais grave ferida para todo mal. O mais longeo possível de uma proximidade com sofrimento puritano, a grande questão é que só se esquece da dor e de sua intensidade quem não mais a sente. E com L. era como se os tentáculos de m. se afastassem (para pegar mais impulso) e enquanto isso suas feridas começavam a se cicatrizar. Mais o chicote de um bom açoiteiro não cessa o seu funcionar.

E as feridas inflamavam, o sangue não desata a escorrer.


O fruto nasceu de um galho poder. A árvore toda está envenenada? Só as raízes? Só o galho? E a seiva que lhe corre?






L. sentia que estava condenada por uma sentença silenciosa. L. era o acorrentado de Platão, mas diferentemente do desfecho, L. suspeitava. O suspeitar era enlouquecedor.
E mais e mais as sombras se contornam. Estaria L. vendo as sombras do que realmente imaginava? Era assustador. Ver sombras se aproximarem é a angústia. É a corrosão. Agitar-se sem ter certeza do que se agitar e para que se agitar.
É todo o desespero de Luis e o princípio de sua loucura.
L. já havia desconfiavo de sua loucura. Mas G-F assegura-lhe que não. L. prosseguia com sua podridão adubando sua mente fértil


E hegel ameaça os tentáculos. Mas ameaça, apenas.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007


L. vivenciava as amargas, incialmente doces, transformações repentinas, as quais nem o próprio tempo consegue responder.



Logo nos primeiros minutos do seu calendário caleidoscópico ouvira uma voz que mais ouvia dentro de si do que advinda do plano tridimensional: 7.





L. tanto pensava em 7, tanto fantasiava, tecia mil diálogos que ecoavam dentro de si... 7 era a materialização que desfilava e se fazia ouvir. Havia tempo que L. esquecia de 7, mas quando se lembrava, tamanha era a intensidade de suas lembranças, L. não consegui suportara angútia crescente. Era todo coração, sem mãos.



L. era tímida demais. Camuflava sua tímidez o melhor que podia. E estar lá com 7 era ótimo. Era agradável, fazia sentido.



Mas cada qual tem seus demônios adormecidos. L., tinha a insipidez na alma depois do que lhe acontecera do último verão.






Passaram-ae outono, inverno e chegara a primavera. As cores e os ventos mudaram. As árvores tornaram-ae alaranjadas, depois o próprio vento as desnudara, embranqueceram, e a primavera lhe trouxera cores novamente.



Mas por dentro, era tudo clareira. Era ensurdecedor. Como se o grito fosse tamanho que nada mais se fizesse ouvir.






Assim como Saramago descrevia a cegueira pelo excesso de luz, "uma cegueira branca".






Todo trunfo de L. era toda a sua dor. Seu penar esgotara a sua capacidade de sentir dor.



Era impossível entorpecer-se em belas aspirações. Cada vez que uma delas começava a tentar povoar o sentir de L. o exterior, cravava suas garras. Não há sentir mais profundo que o sentir da horizontalidade.






















domingo, 16 de setembro de 2007

Ever...






quarta-feira, 12 de setembro de 2007

L. , o jogo, o filme e a bolha.



Para L., sua vida poderia ser enxergada a partir de uma série de metáforas distintas. Porém em todas atingiam apenas um alvo: a sua ausência em si própria.

Quado criança, L. não era ainda tão aconchada quanto se tornara em seus anos de mulher, todavia, as coisas que mais gostava de fazer, eram as que fazia consigo mesma.

Havia uma espécie de jogo, que a pequena L. durante anos idealizou. Tão minimalista e cheio de portas-secretas como o que a psicanálise convencionou chamar de subconsciente.

Ela imaginava que o ato que ela acabara de fazer, simbólicamente, contava a história da sua vida. Um exemplo: L. ia a gaveta pegar uma faca, sem querer deixava a faca cair no chão, depois a lavava, secava e utilizava. Contava-se, então:"Como se durante a minha vida eu quiser esquecer um episódio, cortando-o da minha memória (na figura da faca), porém a força do fato será maior que a minha e eu não vou conseguir esquecê-lo (a faca caiu no chão, escapando de minhas mãos). Então eu vou precisar, com um esforço maior do que eu utilizei para tentar aniquilar o fato, aceita-lo (lavar e sacar a faca), para depois seguir em frente (porfim utilizar a faca)."



A L. já vivida, sabia que dentro da corrida destinada do tempo, algo havia sido pisoteado. Sua relação com o entrepasse ao seu redor, era a menor possível. A sua interação era sempre mínima. As lembranças, mesmo as mais recentes, parecim gastas, um filme caseiro, cheio de defeitos e sem cores, produzido no início do século. Gasto e empoeirado, desfilava os mesmos personagens com outros atores o tempo todo.



L. tentava sempre escapar do filme, mas era como se a sala de cinema vazia fosse uma bolha, reluzindo imagens e sons, que L. sabia da onde vinham, sabia que eram gravados. Nenhum dos protagonistas a impressionava. Apenas alguma brisa fazia a bolha de L. oscilar um pouco ao vento.



E quem é que enxerga bolha direito com tanto reflexos? Ninguém...




E nada movia L.

Storm out!


Para os dias que "sua casa" pode ser tudo, menos sua e menos casa.
Buscando, vasculhando, procurando um apartamento...
e saindo daqui! Pra ontem!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Então mostra!



Vida: tem dias que eu não aguento a intensidade, tem dias que eu não aguento a insipidez...

domingo, 9 de setembro de 2007

Da cabeça aos pés

A voz cheia de vida e decisão de Gal Costa canta a minha vida:





"Não se assuste pessoa

Se eu lhe disser que a vida é boa



Enquanto eles se batem

Dê um rolê e você vai ouvir

Apenas quem já dizia

Eu não tenho nada



Antes de você ser eu sou

Eu sou, eu sou

Eu sou amor

Da cabeça aos pés



E só tô beijando o rosto de quem dá valor

Pra quem vale mais um gosto

Que cem mil réis"













Repetidamente.

Hoje, apesar do medo que senti na hora, eu me sinto, por incrível que pareça, forte.

domingo, 2 de setembro de 2007

Me deixa caminhar ao vento



Let me put my feet on the groud.
And feel the wind.
E minha vista dita canda, vista embassada tenta enxergar
mas só vê o vazio.